quarta-feira, 27 de abril de 2011

Análise tática de Juventude x Inter

Depois de alguns meses afastado aqui do blog, resolvi “reaparecer” para comentar um pouco das táticas de Juventude e Inter no último domingo. Agora que a poeira já baixou e as cabeças já não estão tão quentes, talvez possamos analisar um pouco melhor o que aconteceu.

As táticas
Inter: foi a campo no chamado 4-4-2 britânico. A idéia é que os meia-armadores, no caso Andrezinho e Oscar, se coloquem bem abertos e em linha com os volantes. Os 4 homens de defesa, também em linha, devem avançar junto com o meio, evitando buracos. Se necessário, um dos volantes pode atacar menos e ocupar o espaço entre as 2 linhas. Assim como, se necessário, um dos atacantes pode vir buscar bola e ocupar o espaço entre o meio e o ataque. Esses dois papéis foram exercidos, respectivamente, por Guiñazu e Sóbis.
Juventude: iniciou a partida no 4-2-3-1. Os volantes Umberto e Jardel se posicionavam um pouco a frente da linha de 4 defensores, enquanto que Ramiro, Cristiano e Madureira se posicionavam pouco atrás de Zulu. Estes três homens, por sinal, eram livres para inverterem posições, tanto para atacar quanto para marcar.

As marcações
A marcação alviverde encaixou no time do Inter. O meia centralizado, normalmente Cristiano, era responsável pelas subidas de Bolatti; Madureira e Ramiro impediam as subidas dos laterais; Umberto ajudava os zagueiros a marcarem Damião e Sóbis; Jardel ficava de sobre-aviso caso Guiñazu avançasse.
A marcação colorada já não tinha tantas preocupações individuais. Baseando-se na típica compactação imposta pelo 4-4-2 britânico, cada jogador só se preocupava com diminuir os espaços na sua zona de campo.

Os ataques
No futebol existe uma premissa: quando não há brechas nas marcações, se sobressaem as individualidades. E foi justamente assim que o Inter nos venceu. Em um jogo tão truncado, conseguiu levar vantagem na óbvia qualidade individual de seus jogadores. Podemos culpar Umberto pela falha no 1º gol ou Fred pelo drible no 2º. Mas, mais do que isso, foram ousadias de Bolatti e Damião para evitarem os fortes marcadores. Da mesma forma que, no segundo tempo, Oscar teve quando driblou Pico e Rafael para acertar o travessão.
Já o Juventude teve suas principais chances quando usou da principal “artimanha” para se vencer equipes no 4-4-2 britânico. Isto é, colocar dois jogadores em uma determinada zona de campo. Um exemplo ocorreu quando o jogo ainda estava 0 a 0: Cristiano abriu para a esquerda e se juntou a Madureira na marcação de Nei; com isso, Andrezinho teve que recuar para o combate; nisso, Alex Telles ultrapassou e Madureira correu na diagonal para a área; com um toque de calcanhar, Cristiano lançou a bola para que Alex na ponta pudesse cruzar; Madureira acabou errando a cabeçada. Eram três alviverdes em uma zona ocupada por só dois colorados. A conseqüência: os dois colorados ficaram tão perdidos que todos os três apareceram livres.
Infelizmente, além do exemplo acima, houveram alguns outros poucos lances que isto aconteceu. Só quando Jardel saía pela direita e se juntava a Jardel ou quando Pico arrancava pelo meio e confundia os volantes colorados.

Os Volantes Juventudistas
Tanto durante o jogo quanto em conversas pós-jogo ouvi muita gente criticando a atuação dos nossos volantes domingo. Provavelmente todos têm razão, afinal Umberto e Jardel tiveram muitas dificuldades tanto para marcar quanto para saírem jogando. Mas, acredito que há um detalhe que pouca gente está levando em consideração. Era, com certeza, a primeira vez nesta temporada que nossos volantes tinham que atuar desta forma. Talvez tenha sido até a primeira em suas carreiras.
Explico... com os meias colorados abertos, tiveram que posicionar distantes da zona de conforto de qualquer volante, a frente da área. Tinham que estar o tempo todo com “um olho no peixe e outro no gato”: posicionados na quina da área, dando cobertura para os laterais caso fossem driblados pelos habilidosos meias adversários e, ao mesmo tempo, atentos aos possíveis avançados dos enlouquecidos volantes vermelhos. Tarefa árdua.
Além disso, a coisa piorava quando o Juventude precisava atacar. Normalmente um volante é marcado por um meia ou um atacante recuado. Jogadores pouco acostumados a roubar bolas, pressionar, que mais cercam que marcam. Contra o Inter, nossos volantes acabavam batendo de frente com os volantes deles. Já que os meias estavam abertos junto aos nossos laterais, Bolatti e Guiñazu estavam o tempo todo em cima de Umberto e Jardel evitando que a bola chegasse certa aos nossos meias.

O Que Poderia Ter Sido Diferente Então?
Bom, eu não vejo como culpar nossa marcação. Apesar das falhas, foram gols tomados pela competência do time adversário. A nossa chance era ter atacado com mais sabedoria. Cito alguns exemplos:
- assim como no exemplo que citei acima, nossos meias tinham que ter jogado mais próximos. Isto confunde a marcação, abre brechas para infiltrações, envolve o adversário.
- Madureira tinha que ter se movimentado mais na diagonal. Além desta jogada acima, ele só apareceu pelo meio naquele cruzamento de Ramiro da direita que o encontrou livre no meio para cabecear. Lance em que foi marcado impedimento. Além disso, foram vários cruzamentos que partiram da direita, feitos novamente por Ramiro ou por Jardel, que o buscaram no 2º pau. Já que Zulu era vigiado pelos zagueiros, Nei era o responsável por afastar essas bolas. Ali tinha que estar Madureira para tentar o cabeceio, e não as costas de Nei que estava sempre.
- Cristiano tinha que ter aparecido mais pela direita. Oscar impediu o apoio de Pico a maior parte do tempo, mas Jardel conseguiu se juntar a Ramiro muitas vezes por lá. Faltou Cristiano se infiltrar entre os zagueiros e Kleber para que pudéssemos entrar na área com a bola dominada.

Era isso que eu tinha para dizer. Desculpem pelo texto longo e obrigado aos que leram até aqui.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

JUVENTUDE 1 x 2 inter

Salve Papada
Muitos são os sentimentos que me assolam após a jornada alviverde de ontem. Perdemos e não nos classificamos para a tão desejada final do turno. Mas vendemos caro a vaga. No fim, se sobrepos a qualidade e maior elenco adversário que, como eu previa, teve que suar sangue pra nos vencer.
Confesso que subi a serra ontem mais esperançoso que confiante. Afinal, a nossa campanha mostrava que podíamos sonhar, mas o nosso futebol já mostrava, desde o último jogo, que estava chegando no limite.
Ainda não consegui fazer muitas considerações táticas sobre ontem. Ao meu ver, o único jogador apagado foi o Jardel. Se escondeu por quase todo o jogo. Marcou pouco e apareceu como opção no meio menos vezes ainda. Nosso meio era um buraco, comprovado pela infinidade de ligações diretas para o ataque e pelos rebotes defensivos, quase todos nos pés de colorados. Longe de mim culpar um jogador, mas esse detalhe precisa ser melhorado se quisermos algo mais no ano.
De qualquer maneira, quero aproveitar para das os parabéns aos torcedores que, como eu, estiveram no Jaconi ontem. Tirando um que outro abobado (que insiste em querer brigar contra a própria torcida), a grande maioria está de parabéns pelo belíssimo espetáculo proporcionado nas arquibancadas.
Agora vem a fase mais difícil: quase 3 meses parados, castigo para um clube que insiste em ter futebol o ano todo. Mas fica uma certeza. A papada e o time, juntos, podem ir longe. Quem sabe, já na Série D. Fica a torcida.
E tenho dito.

sábado, 23 de abril de 2011

Expectativa

Salve Papada
Não sei vocês, mas eu estou contando os minutos para esse jogo de logo mais, contra o dito todo-poderoso colorado da capital. Menos de 24 horas nos separam do jogo mais emblemático dos últimos tempos. Vence o S.C. Internacional representa muito mais do que ir para a final da Taça Farroupilha. Sinaliza a exorcização de um dos últimos fantasmas remanescentes da nossa fase de queda livre, que perdura desde 2007. Pois desde o Gauchão do ano seguinte não vamos a uma final, e todos lembramos como foi o resultado daquele confronto.
Por isso, não espero nada menos do que casa cheia para o confronto de domingo, onde o vencedor estará consquistando o direito de enfrentar Cruzeiro ou Grêmio na final do segundo turno. Lembrando que, caso consigamos nos classificar no dificílimo jogo que teremos, são grandes as chances de trazer a final do turno para o Jaconi. Pra isso, basta que o Cruzeirinho não conquiste a sua vaga no tempo normal.
Importante deixar bem claro que a nossa empolgação por esse momento não é sinônimo de "já ganhou". Muito pelo contrário. Nosso adversário, com elenco milhardário, é favorito, mesmo jogando fora de seus domínios, e uma derrota nossa significa quase três meses de inatividade. Porém, nosso JUVENTUDE já provou nesse campeonato que superação e humildade podem passar por cima de qualquer obstáculo, equlibrando a disputa na garra e na vontade.
Eu vou ao Jaconi confiante, e sei que seremos maioria nessa corrente. Por tudo que fizemos até agora no Gauchão, em especial após a derrora para o Cruzeiro no Estrelão, em POA, merecemos melhor sorte. Inclusive, arrisco um palpite: 2 a 1 pra nós e final em Caxias. A Maior do Interior empurrará o time para esse momento histórico: o começo da nossa volta por cima. Quem sabe dessa eventual conquista não sai a força par nossa retomada no cenário nacional?
E tenho dito.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Comentarista do PFC e a falta de embasamento.

Papada!

Não quero dar a um fato isolado uma dimensão maior do que ele merece, mas é com extrema insatisfação que abordo algumas infelicidades ditas pelo comentarista do canal PFC. Não citarei nomes.

Quem, como eu, não pode subir a serra para acompanhar o último jogo do verdão, 3x0 sobre o Lajeadense, e teve que assistir no PFC, deve ter se revoltado. Assim como eu me revoltei.

Cerca de 30 minutos antes do jogo, com chuva torrencial e pouca gente no estádio, o comentarista afirmou categoricamente que a torcida do Juventude não tem o costume de lotar o estádio. Concordo. Agora me diga uma torcida, uma só, em nosso Estado, que tem o costume de lotar o estádio. Apenas para efeito de comparação, o Internacional, com sua torcida cujo tamanho chega aos milhões, em jogo de caráter igualmente decisivo, colocou 18 mil torcedores no estádio, com tempo bom. Não é justo que o Juventude, em uma cidade muito menor, com torcida quase que restrita à região, em uma noite de temporal, coloque um terço disso? Na proporção, estamos muito melhor. Ou não? Se formos falar de média, comparativamente a outros times do interior, fica chato. Faz muito tempo que não vejo um time do interior ter média melhor que a nossa.

Vejam bem: o comentarista não mentiu. Mas a forma com que a colocação foi feita denigre a torcida do Juventude que é, sim, a maior e mais fiel do interior. Doa a quem doer.

A segunda afirmação de tal comentarista foi que a torcida do Juventude encara os jogos contra o Internacional com outro espírito, pois sua maioria é gremista. Esta colocação, sim, mentirosa e ofensiva. Caro comentarista: não serei inocente a ponto de falar que nenhum torcedor do Juventude torce para outro time, da Capital. Mas falar que a maioria de nossa torcida o faz já seria mentira. Ainda mais levando em conta que disseste que a maioria tem UM outro time específico.

Gostaria de lembrar que o Alfredo Jaconi é o ÚNICO estádio do Interior que não permite camisas da dupla Gre-Nal na torcida local. Talvez na Boca do Lobo isso também seja verdade, porém há episódios recentes envolvendo os outros dois "grandes" do interior: Caxias do Sul (contra o Guaratinguetá) e Brasil (num jogo em que emprestaram estádio para um time da Capital) que envergonharam o interior do Estado.

Ninguém é obrigado a torcer apenas para um time, mas gostaria de saber qual o embasamento do comentarista para fazer estas afirmações. Talvez seja alguma mágoa ressentida, compartilhada com torcedores do mesmo time onde o comentarista jogou, em outras primaveras.

Enfim: gostaria de deixar claro para tal comentarista que a torcida do Juventude é muito apaixonada, e que este tipo de declaração é ultrajante e mentirosa. Com a pífia atuação ao comentar o jogo de domingo, perdeste o pouco crédito que tinhas com a Papada. Antes de fazer qualquer tipo de afirmação sobre uma torcida que não conheces, pense novamente e não a faça. Procure conhecer a realidade dos clubes do Interior, e o quão sofrido é fazer futebol em um Estado bipolarizado. Não é todo time que tem o perdão de dívidas milionárias do Banrisul (sim, dinheiro público, sim, o MEU dinheiro também), nem uma grande empresa por trás. Não é todo time que tem toda a mídia por trás.

Enfim, seja profissional. Embora possa não agradar à torcida da dupla Gre-Nal, talvez durmas com a sensação do dever cumprido. Se é que isso é importante para ti.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Juventude 3x0 Lajeadense

Salve, Papada!

Depois de mais uma goleada, fica difícil vir aqui e não exaltar o time, a torcida e o treinador. Mas vamos tentar ser isentos. Não fui ao estádio, e acompanhei pela TV, o que torna a tarefa da isenção um pouco mais fácil. Os Papos da Capital, novamente, marcaram presença. E a nossa bandeira tremulou na telinha durante os 90 minutos.

O Juventude começou o jogo de ontem muito bem. Com 30 segundos, já meteu um canudo no gol do Lajeadense que fez o goleiro se complicar. Continuou tomando a iniciativa do jogo, mas sem agredir e sem ser envolvente, até que o Lajeadense equilibrou o jogo, chegando a arriscar umas subidas rápidas ao ataque.

Depois disso, lá pelos 35 minutos, Cristiano buscou a linha de fundo e cruzou. Madureira protegeu com o corpo, e Zulu, que já havia perdido uma grande chance, testou forte, no ângulo, muito longe do alcance de Gallas. Era o 1x0, para premiar os 6 mil papos que compareceram em número reduzido, mas compareceram. Aproveitando o embalo, 5 minutos depois o guri Alex Telles cobrou escanteio em curva, a zaga dormiu e Madureira se antecipou para fazer um importante gol: 2x0.

No segundo tempo, o Juventude administrou. Se poupou, visivelmente. E foi envolvido. E aí, justificou-se mais uma vez a contratação do melhor goleiro do Gauchão 2010. Jônatas brilhou, pegou tudo (ou quase tudo, pois a trave ajudou) e consolidou o troféu de melhor em campo. Lá pro fim do segundo tempo, o Lajeadense cansou e o Juventude aproveitou. Zulu lançou, Gallas errou o tempo da bola, e Cristiano matou no peito e cumprimentou: pelo quinto jogo consecutivo, o Juventude marca 3 ou mais gols. Já são 17 em 5 jogos, uma média excelente.

Confesso que fiquei preocupado, pois o Lajeadense foi melhor em alguns momentos. Mas o Juventude está mostrando algumas coisas que não víamos há uns 5 anos:
-Espírito de decisão em todas as partidas: é garra, carrinho, vontade, bafo na nuca, vibração o tempo inteiro. Se não dá na técnica, vai na força. E tem dado certo. A piazada entrou muito bem neste time.
-Torcida e time em sinergia. Nem preciso falar. O Jaconi estremece a cada jogo, e isso influencia dentro de campo, sem dúvida.
-Sorte. Sim, sorte.

Agora, é o miliardário time do Internacional. Quiçá a sorte continue conosco. Confio muito no Picoli e no nosso grupo de jogadores, que estão matando um leão por dia. Mas vamos precisar de uma ajudinha, que sempre é bem-vinda.

Gostaria de deixar clara minha insatisfação e revolta com a "atuação" do comentarista Batista. Este cavalheiro falou algumas inverdades que merecem um post só sobre este assunto. Lá por quarta-feira eu escrevo sobre isso.

PS: A chuva torrencial afastou muita gente do estádio, mas ainda assim os 6 mil papos que compareceram ao Jaconi ontem ajudaram a aumentar nossa média de público no campeonato. Maior do Interior! Sem mais.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Estatísticas

Salve papada.
Em uma semana diferente pra todos nós, pelo menos nos últimos anos, na qual comemoramos a melhor colocação entre os times fora duplinha na Classificação Geral do Gauchão, além de 4 vitórias consecutivas, a segunda melhor campanha do segundo turno - a frente de Grêmio e Inter -, e o direito de decidir no Jaconi uma vaga na semi-final da Taça Farroupilha, fui dar uma olhada de leve em alguns números, que ajudam a explicar nossa bela campanha.
Fizemos 14 pontos nos dois turnos. Porém, em aproveitamento, nosso segundo turno foi melhor. Enquanto na Taça Piratini foram 8 jogos, com 4 vitórias - São Luiz (C), São José (F), Caxias (C) e Ypiranga (C) -, 2 empates - Novo Hamburgo (C) e Lajeadense (F) -, e 2 derrotas - Canoas (F) e Internacional (F) -, na Taça Farroupilha arrancamos com 2 empates - Pelotas (F) e Santa Cruz (C) -, 1 derrota - Cruzeiro (F) -, e, depois do 'sacudão', empilhamos 4 vitórias - Inter-SM (C), Grêmio (C), Porto Alegre (C) e Veranópolis (F).
Outra observação importante: classificamos em segundo lugar nos dois turnos. Porém, neste turno vamos embalados para o mata, ao contrário do primeiro turno, onde nas últimas 3 rodadas fizemos 2 pontos e perdemos o rumo, a ponto de termos nossa única derrota em casa bem na fase eliminatória. Aliás, nossa campanha em casa é impressionante: 6 vitórias e 2 empates, em 9 jogos. Aproveitamento beirando os 75%! Mais: foi em casa que conquistamos 20 dos nossos 28 pontos!
Pois é aí que reside a minha maior esperança. Voltamos a contar com o fator Jaconi, e se não cometermos os mesmos erros das quartas do primeiro turno, onde fomos eliminados com justiça pelo Zequinha, podemos continuar embalados e trazer outras decisões pra dentro de casa. (Apenas para constar: das 4 derrotas, 3 pra times da Capital, e a outra pro Canoas, que é do lado.)
Mas não esqueçamos papada: uma batalha de cada vez. Primeiro passar pelo enjoado Lajeadense, que chegou com méritos até aqui, e que será casca grossa, de preferência ganhando nos 90 minutos. Um a zero é goleada! Depois, vamos ver. Curtir os bons momentos, deliciando-se com um por vez.
E tenho dito.

domingo, 10 de abril de 2011

Bela campanha

Salve papada!
Foi de lavar a alma! Mesmo sem ser brilhante, o Juventude conseguiu se impor e venceu de virada o VEC, garantindo a terceira melhor campanha da fase de grupos. Mais: com a segunda colocação e os 14 pontos, vai decidir em casa contra o Lajeadense uma fase na semifinal da Taça Farroupilha. Com os 28 pontos conquistados em 15 jogos, apenas uma conquista de um time fora dupla grenal tira o título de Campeão do Interior e a vaga na Copa do Brasil 2012. Pouco? Não acho, ainda mais levando em consideração a 13ª colocação na competição no ano passado.
Mas podemos ir além: com os pareamentos definidos, garantimos decidir em casa a semifinal, em caso de vitória nas quartas. Ficamos com a segunda campanha do segundo turno, atrás apenas no Cruzeirinho (ai, aquele jogo no Estrelão...), e na frente de Inter e Grêmio. Por consequência, em caso de irmos até a decisão do turno, também são grandes as chances de sair o jogo único no Jaconi!
Mas não nos iludamos. Nada está ganho, e temos que fazer um jogo muito melhor que o de hoje para passar por cima do Lajeadense. Eu não esqueci aquele jogo contra o Zequinha nas quartas da Taça Piratini, e espero que nossos jogadores e comissão técnica também não tenham esquecido.
Com relação ao jogo de hoje, enquanto teve pernas, o Veranópolis foi um adversário encardido. Fizaram um gol cedo, em lance de falta na risca da nossa área. O jogo estava meio truncado, e o golaço do Jardel, lá do meio da rua, fez justiça no placar até aquele momento. Já no segundo tempo, o time da casa cansou e praticamente não levou perigo ao gol do Jonatas. A virada, em cabeçada do Deoclécio, e o gol do Aidar, em bela arrancada, foram tiros de misericórdia, aniquilando qualquer tentativa do esquadrão pentacolor.
Terminada essa fase, cabe ressaltar que o Esporte Clube Juventude é o único time da Serra Gaúcha a permanecer no certame, e também o único que se classificou nos dois turnos pra fase de mata. Digo isso para corrigir o pensamento de alguns desavisados, que se iludiram com um cavalo paraguaio vestido de grená historicamente morredor que rondou, rondou, mas no fim não levou nada - além de um sacode atrás do outro no segundo turno, garantindo a honrosa oitava e última posição de seu grupo.
Pra finalizar, começo agora a intimar todo e qualquer papo a invadir o Jaconi no final de semana que vem. Com o apoio da papada, vamos conseguir passar pelo acertadinho time do Lajeadense, e ir mais longe nesse turno do que fomos no outro. E, se deixarem, incomodaremos mais ainda.
E tenho dito.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Algumas Considerações

Ontem fez 7 dias que venho trabalhar com a camisa do Ju. Aqui no trampo tem uma cambada de gremistas e uns poucos colorados. Do alto da arrogância gremista um colega me pergunta porque eu estou tão feliz se o Ju ainda está na série D, se dificilmente vai ganhar o Gauchão, e claro que sempre vem o papo de libertadores e tal...
O Seu Dagoberto, senhor de seus 60 anos, colorado, sempre quieto no canto dele, olha por cima do óculos e se intromete no assunto. O que ele disse talvez seja a visão de um torcedor que viu o melhor time de futebol do Brasil, o Inter de 79, em ação e vinte anos depois presenciou aquela semifinal de Copa do Brasil contra um time que na década de 70 era semi-amador. "Foi assim que o Juventude começou a incomodar, primeiro sendo o melhor do interior, no inicio da década de 90..."
O resto nós já sabemos. Dizer que o título do interior não vale nada é ir contra nossa própria história. Ganhamos um gauchão, quanto tempo levará para ganharmos outro? Talvez muitos anos, mas com certeza o caminho para nossa reestruturação é voltar a ser o melhor e maior do interior.
As vezes penso que a torcida do Juventude é autista. Que somos "grandes". Mas nunca fomos. Para voltar a ser um time pequeno, numa série A ou B da vida, temos que aceitar isso. Não significa que não devemos cobrar resultados, mas significa que devemos, sim, curtir este momento. Torná-lo histórico. Podemos estar diante de um marco histórico. Quem sabe daqui a alguns anos quando olharmos pra trás, lembraremos do jogo contra o VEC sabendo que ali iniciou um novo rumo na história grandiosa deste pequeno time do interior... 

Texto de Guilherme Molin

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Terceira seguida

Hoje tive que ouvir aqui no trabalho que o Ju bateu em bêbado, novamente. E é verdade, ninguém pode negar este fato. Lembrando de um passado não muito remoto diríamos que foi apenas nossa obrigação. De fato foi. Porém, se pensarmos nas últimas temporadas, quando éramos mordidos até por cusco de bolicho, esta vitória mostra seu verdadeiro valor.

O time do Sr. Assis entrou em campo já rebaixado. Neste momento seus atletas já sabiam que seria sua penúltima apresentação no ano, pelo Clube da zona sul da Capital. Dizem até que alguns jogadores levaram currículos e Dvd´s para deixar no Jaconi. Tentou-se criar uma atmosfera de jogo jogado. Alguns indivíduos da imprensa caxiense teimam em querer nos calçar os saltos, talvez pelo costume que possuem de cair dos próprios.

O modo como entramos em campo na noite de domingo mostrou que o grupo compreendeu e se comprometeu com o real valor da partida. Não demos espaços, empurramos o adversário para o seu campo desde o início da partida. O resultado veio ao natural. Claro que a fragilidade do adversário ajudou, mas muito do resultado passou pela postura do time. O 4-4-2 montado pelo Picoli mais uma vez mostrou-se o melhor esquema para as peças que possuímos. Do atual grupo, acredito que cinco boas contratações e três ou quatro dispensas podem nos deixar com um plantel competitivo para o brasileiro. Faltam peças para as laterais, um zagueiro, um volante, um meia e O centroavante.

Acredito que poderiam sair: Celsinho, Espiga, Jean Coral e Telê.

Não sei nada a respeito do tal de Rodrigo Ost, mas acho que não resolve o problema do meio-campo, senão já teria entrado.

Domingo o jogo vale 100mil mangos, vale uma vaga na Copa do Brasil, e pode valer as possíveis quartas e semifinais no Jaconi.

Fora de campo - Quem ouviu a entrevista do técnico do Porto Alegre para a rádio Caxias após o término da partida certamente sentiu o velho e ininterrupto orgulho de ser Juventudista. As palavras do Sr. Zaluar mostram como nosso Clube é visto pelos profissionais dos ditos "pequenos" do nosso Estado. Somos e sempre seremos referência de Clube, de estrutura, de profissionalismo e de conquistas.

Domingo é Kombassa pra Vec City!


Texto de Guilherme Molin

sábado, 2 de abril de 2011

Um passo de cada vez

Salve papada.
Vamos combinar: não há um papo, por menos doente e fanático que seja, que não tenha se emocionado e se orgulhado do que aconteceu naquela noite mágica de 30 de março de 2011. Mesmo inferiorizados numericamente e no placar, conseguimos uma virada histórica, em cima de um tradicional algoz. Agora, não vamos nos iludir ad eternum e pensar que todos os nossos problemas no futebol se resolveram em uma noite. Nada disso!
Precisamos ter a consciência de que muita coisa tem que mudar para a Série D, lá em julho. Uma leitura rápida já nos indica que faltam peças de reposição em muitas posições, e que o grupo deve ser reforçado. Mas também temos que ter em mente que o desafio agora é o Gauchão, e que pra essa competição o grupo é esse, e é com ele que temos a obrigação de buscar a maior pontuação e melhor colocação possíveis.
Seguindo nessa linha, temos que nos concentrar em garantir os três pontos contra o já rebaixado Porto Alegre. E não devemos levar de barbada. É claro que jogando em casa, e contra um time que fez 6 pontos em 39 possíveis, não podemos esperar outra coisa que não a vitória. Só que o jogo é jogado dentro de campo, e é nele que devemos nos impor. Tivemos a prova, na própria quarta-feira, que nem sempre o dito melhor e mais badalado por toda a mídia é o que vai ganhar.
Faz bem o Picoli em mandar pra campo o time num 4-4-2, com as reposição dos suspensos e lesionados, além da manutenção do Ramiro no time desde o início, no lugar do Jander. Nada contra o volante, mas não dá pra deixar o autor daquela pintura de gol no banco, né? E, se decidir escalar o Pico no lugar do Celsinho, também estará com a razão. Não se deve punir o time, e se o lateral-encrenca já se acalmou e mostra disposição em vestir o manto alviverde, tem mais é que meter o cara no campo.
Por isso, já conclamo: todos ao Jaconi! Nós Papos da Capital, como já é de praxe, estaremos organizando caravana bate e volta. E vamos na certeza de que, com humildade e pés no chão, iremos ainda longe nesse disputa. Até porque só tem timinho meia boca nesse campeonato, né?
E tenho dito.